24.8.07

Das "coisas que você não disse". n° II.



Fulano diz: Olha, sei que você não gosta que eu toque nesse assunto, mas... Cicrano se preocupa demais com você. Apesar de tudo que fez, quer seu bem.

Você diz: ...

Fulano diz: Pediu que eu intermediasse e mandasse dizer que está bem. Cicrano queria muito voltar a falar com você, ser seu amigo, sabe como é...

Você diz: Ah, Cicrano, quer falar comigo?! Pois então diga pra ele mandar uma psicografia. Estou esperando. Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijo.

22.8.07

...

Eu tenho vergonha. Eu tenho vergonha de dizer que eu não sou uma pessoa melhor hoje e nem me esforço para tal. Eu tenho vergonha de dizer que na maioria das vezes eu desisto antes de tentar. Eu tenho vergonha de dizer que eu sou bruta, grosseira e impulsiva. Eu tenho vergonha de ter orgulho, tenho vergonha de ter vergonha de dar o braço a torcer.
Tenho vergonha de não voltar atrás mesmo estando errada, por vergonha. Tenho vergonha de sentir medo. Tenho vergonha de levar fora, ouvir não.
Mas hoje, sobretudo, eu tenho vergonha de mim.


Meus parabéns aos desavergonhados deste mundo, a estes sim, toda felicidade do mundo e meus sinceros desejos de vida longa.
"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."
Vinícius de Moraes

21.8.07

dos poemas que eu gostaria de ter escrito...


Para o Silêncio
(Roberto Sampaio)

Haverá de ter segredos tão tristes.
Que me enforcarei nos teus braços
E logo te darei meus olhos
Para que guardes em tuas mãos
Pelo sonho absurdo do amor desesperado
Dá-me tua febre contente
Tua triste alegria que esconde fatos
A doce escuridão do teu quarto
A paz da tua estrutura que some...
Entrego-me ao abismo sonoro
Da inevitável arte
De estar contigo.

19.8.07

Da série "Coisas que você não disse"

Pisca um pequeno retângulo laranja na parte inferior do seu monitor.

Fulano diz: blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá bláblá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá.

Você diz: blá

Fulano diz: : blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá.

Você diz: ...

Fulano diz: blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá.

Você diz: Ah, quer saber?! Vá fazer um blog !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

16.8.07

eu vou jogar qualquer verdade fora sobre o tal do amor



"faltava perceber que a noite boa só se acaba quando o sol tá pra nascer
o amor é assim também, desmaia e cai doente quando um outro novo já vem..."




como diz Roberto Sampaio, as canções são sempre as mesmas....

13.8.07

m.e.n.t.i.r.a

Em uma cidade pequenina como São Luís não é preciso ser uma celebridade para estar entre os tops de mesa de bar, aliás, famosos têm pouca importância por aqui quando o assunto é a vida alheia. Por exemplo, eu, esta pessoa apagada, sem sal, ranzinza e chata, muitas vezes fui vítima de fofoca e intriga.
Lembro de que uma vez, minha mãe, ainda influenciada por ditos populares tais como “me diga com quem tu andas que te direi quem tu és” ou “andorinha que anda com morcego dorme de cabeça pra baixo”, ouviu de uma amiga muito chegada: “Tua filha anda com companhias muito estranhas.”

Não bastasse o interrogatório, ainda na pureza dos dezenove anos tive que ouvir adjetivos nada agradáveis, fui deserdada, chateada, retornando à categoria dos pedestres, lisos e órfãos. A briga acabou quando apareci com um namoradinho em casa, subi no conceito de minha querida mãezinha, tendo, finalmente, direito a pedidos de desculpas, pazes, almoço especial, todos os apetrechos e acessórios de que uma boa filha pode usufruir. 1 X 0 pra mim.

Uma outra vez tive que ouvir de uma amiga a afirmação de que já tinha ficado com um cara ao qual tinha sido apresentada e tinha visto um par de vezes. Mas eu não tinha ficado, e claro, fiquei enraivecida, putadavida, porque não desejei ao menos ser amiga desse merdinha maldito e pelo fato de que ele mesmo teria espalhado e contado pra minha amiga tal infâmia.
Os anos passaram e minha vida social se reduziu em saídas eventuais uma vez por mês e em idas compulsivas a uma locadora de bairro. Pensei que assim estivesse livre de alguma maneira de confusões, esquizofrênicos, malditos pensadores da vida alheia.. Mentira.

Uma criatura alardeou recentemente que eu a paquerei com insistência, seguindo-a loucamente com meus olhos gigantescos, ávidos e cheios de paixão. Logo eu que não sei paquerar. Depois de ter ficado chateada, de ter pensado em vingança, comecei a rir. Ri muito. 1 X 0 pra ela. Mitômanos sempre ganham qualquer partida através de fabulosa criatividade, geralmente divertem e o mais importante: são inofensivos.

Porém o que deixa preocupada não são os mentirosos compulsivos, doentes.
Os que preocupam são aqueles que olham nos olhos e mentem em benefício próprio, beneficio além do que posso ou poderia compreender. Preocupo-me com aqueles que juram. Destes sim eu tenho medo.

3.8.07

www.malvados.com.br


nada como a sabedoria dos mais velhos
.
.
.