29.7.07

domingos

Noite de domingo é hora da crise, acho. Recebo telefonemas desesperados, pedidos de conselhos, dinheiro emprestado (em vão), convites inusitados. No domingo o parente que mora longe costuma ligar, é claro, e também os amigos pra contar a última do sábado, quem-tava-com-quem-ontem, o dilema, drama. O domingo é o dia da promessa, do vazio, do ócio. “Dessa semana nosso encontro não passa”, você diz pra um amigo que anda distante, mas no fundo você sabe que não vai ser nessa e talvez nem na próxima, porque você tem uma monografia por fazer, um trabalho pra aprontar, qualquer coisa...
Mas nada se compara ao domingo dos solteiros. Lembro de recentemente ter sido olhada com desdém no supermercado por uma amiga casada. Ela com seu carrinho repleto de vegetais, frutas, leite (muito leite para as crianças!), e eu, toda “toda” com minhas barrinhas de cereal, esmalte e tinta de cabelo. Era um dia de domingo também, no mesmo supermercado,que eu encontrei um cara que no passado me perseguiu com admiração e paixão obstinadas. Não era grande coisa, feio, gentil, porém grudento, pra falar a verdade era um chato desgraçado, uma mala sem alça. Mas encontrá-lo com um bambolê dourado na mão esquerda e acompanhado de uma mulher até razoável... E adivinha o que tinha no meu carrinho? Barras de cereal, tinta de cabelo, xampu, condicionador e cerveja.
Há uns 10 anos atrás, era no domingo preferencialmente que eu e meu primeiro namorado e amigo ficávamos na varanda, enquanto meu avô assistia tv na sala e, pra nossa alegria, vez ou outra cochilava. Tempos ingênuos em que se pegava ônibus pra ir à casa da namorada aos domingos sem se preocupar com assalto, nada. Tempo bom em que a vontade era superior ao medo, e às reservas. O que a falta de experiência tem de virtude é permitir que nos deixemos levar... Pouca idade e capacidade de acreditar nos outros, diretamente proporcionais. As coisas eram bem mais simples, e as histórias começavam de uma maneira incrivelmente simples porque se acreditava nelas antes que existissem de fato.

Naquela época eu sabia que uma pessoa seria indispensável, única e que seria uma “ história” desde o princípio das coisas. Eu simplesmente sabia! Desconsidere observações passadas aqui neste blog de que o tempo traz sabedoria e a almejada esperteza, etc e tal. O tempo e a experiência só trazem a dúvida e o ceticismo, meu caros.

Hoje, desconfiada e arredia, eu não tenho certeza dos que se dizem decentes, românticos, bobos, leais do jeitinho que eu gostava e acreditava aos 16, o que complica a forma com que conduzo meus relacionamentos.
Mas mesmo assim, pra sempre os domingos vão me remeter ao carinho, namoro, cinema, sorvete, mãos dadas, abraço, chamego e manha....E nem adianta me irritar hoje, porque eu tô brega, romântica e ridícula!

25.7.07

viúva!!!!

porque que o orkut não tem "viúvo (a) " como opção pra relacionamento, hein? isso é discriminação!!!!!

prometo em breve postar algo por aqui. por enquanto fica minha indignação!

abraços!