A hipérbole da vida finalmente parece dar indícios de descida no gráfico. É o metabolismo que desacelera,insônia, medo. Medo do passado, do futuro. Medo de gente. Vinte e poucos (não tão poucos) anos bem vividos de topadas traiçoeiras e algumas surpresas boas no caminho. Mas o medo de gente é irreversível. Coisa nova que se aprende, coisa velha que se esquece, tudo coisa que se inventa pra viver bem ou mal. Pessoas podem ser como coisas, e isso você só percebe depois que é feito de coisa também. Coisas que tentam de fazer cair, desacreditar, mas coisas te ensinam a crescer na porrada.
Nesses vinte e um bocado, muito do que vivi eu mesma inventei, graças a essa esquizofrenia esperançosa, patologia caracterizada pela capacidade infantil de acreditar . Decepção, lógico.
Que os dias vividos me permitam a clareza do que é ou não permanente, do que é de valor. Que eu não me sabote, que eu não me engane, e que eu, sobretudo, aprenda a enxergar. E que essa clarividência que a maturidade possibilita permita-me finalmente aprender a fazer distinção entre coisas e pessoas.
Nesses vinte e um bocado, muito do que vivi eu mesma inventei, graças a essa esquizofrenia esperançosa, patologia caracterizada pela capacidade infantil de acreditar . Decepção, lógico.
Que os dias vividos me permitam a clareza do que é ou não permanente, do que é de valor. Que eu não me sabote, que eu não me engane, e que eu, sobretudo, aprenda a enxergar. E que essa clarividência que a maturidade possibilita permita-me finalmente aprender a fazer distinção entre coisas e pessoas.
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