31.5.07

observações de pré-aniversário

A hipérbole da vida finalmente parece dar indícios de descida no gráfico. É o metabolismo que desacelera,insônia, medo. Medo do passado, do futuro. Medo de gente. Vinte e poucos (não tão poucos) anos bem vividos de topadas traiçoeiras e algumas surpresas boas no caminho. Mas o medo de gente é irreversível. Coisa nova que se aprende, coisa velha que se esquece, tudo coisa que se inventa pra viver bem ou mal. Pessoas podem ser como coisas, e isso você só percebe depois que é feito de coisa também. Coisas que tentam de fazer cair, desacreditar, mas coisas te ensinam a crescer na porrada.
Nesses vinte e um bocado, muito do que vivi eu mesma inventei, graças a essa esquizofrenia esperançosa, patologia caracterizada pela capacidade infantil de acreditar . Decepção, lógico.

Que os dias vividos me permitam a clareza do que é ou não permanente, do que é de valor. Que eu não me sabote, que eu não me engane, e que eu, sobretudo, aprenda a enxergar. E que essa clarividência que a maturidade possibilita permita-me finalmente aprender a fazer distinção entre coisas e pessoas.
(...)

22.5.07

fidelidade
Alexei Alexandrovitch


após a página
com teu nome
eu não escrevi
mais nada.


foste o ponto final.


não te alegres
existem outros cadernos.

19.5.07

chateação

final de semana chegou e me pegou com grana pouca e tv quebrada. solução: internet!
orkut pra cá, msn pra lá, após uns tutoriais para corel e photoshop com resultados dramáticos, resolvo dar uma olhada no flogão, onde há tempos tenho uma conta e nos últimos meses tesão nenhum pra postar fotos. meus favoritos. como marocar é de praxe, admito, acabei passando a vista em um flog de uma conhecida e acabei aborrecida. decidi então formular uma cartilha, não só sobre bons hábitos na internet, mas também sobre essa nomenclatura que usamos todos os dias: blog, flog, orkut, google, etc. bom, acho que essa cartilha já existe, bem como todas as minhas brilhantes idéias que julgo originais.
nada me consola, aberrações me irritam, poxa. a garota me fez o favor de postar uma foto dela com o rosto completamente rebocado, bochechas rosadas, quilos de rímel e lápis de olho, maquiagem global. e o texto? a criatura me vem um texto sobre diferenças sociais, preocupações de sua patricice com trilha de Phil Collins ao fundo. aliás, desde que tornaram uma ferramenta que possiblita acrescentar música às postagens, aquele flogão se transformou em um samba de crioulo doido.
mas o que me preocupa é: o que fez aquela jovem criatura estabelecer tal associação? será tiração de onda? eu não entendo a conexão e em minha concepção antiquada flog é flog e blog é blog. se você tem fotos, faça um flog e se você tem o que dizer, faça um blog. ou então faça boas associações, puxa vida.

daí você vem me dizer que eu não tenho nada a ver ( a ver sim e não haver, por favor!) com isso, que ela pode fazer o que quiser, flog, blog ou o que for, e eu concordo, nem adianta me insultar ou me provocar. eu sou só muito chata mesmo.

16.5.07

quando eu penso nela me esperando chegar pro almoço meio-dia pra me contar o que aconteceu pela manhã, comendo biscoito doce e tomando café, quando eu penso no bife, na pizza de pão que ela faz, ou no maldito galeto dos domingos, ou ela me perguntando se eu vou sair cedo, reclamando porque eu acordei às 03 da tarde e perdi o dia, ou mandando eu desligar o computador... eu tenho uma vontade gigante de ir a lugar nenhum e parar no tempo só pra esperar ela reclamar um pouco mais do meu cigarro e das madrugadas que eu passo em claro.

hoje foi a primeira vez que a garotinha chorou, mas eu ainda tô aqui e ainda faltam 6 meses.

vai ser só um ano, vovó!

acho que tu não voltas mais. na verdade, acho que já foste há um tempo.

14.5.07

incurável

já vi de tudo nessa vida. gente que ficou curada de câncer ( graças a Deus!), artrite ( eu sou uma prova disso), ex-feio, ex-burro, ex-gordo e até ex-gay.
prozac, viagra, vioxx, dorflex, maconha, photoshop e bisturi. sim, porque até feiúra tem jeito!

só não tem jeito pra morte, minto, até pra morte tem, visto que muita gente acredita em psicografia. veja só, dá pra bater um papo com um morto ou receber longas cartas de quem já está há 7 palmos.

dá-se jeito pra tudo.

uma coisa só me parece irremediável. não há gesso, jeito ou medicamento que cure falha de caráter.

ô doença maldita ...

8.5.07

...

Mais uma vida sendo arruinada porque o cara trocou uma interrogação por uma vírgula no msn domingo a noite, morrendo de sono. Pensando nisso, resolvi dar um tempo. Nada grave, já estou de volta em frequências e doses homeopáticas recomendadas ao lazer e às boas companhias .
De vício já me basta o cigarro...E de aborrecimentos minha vida já está cheia.

São bem vindos os de boa vontade, boa conversa...
:]