31.5.07

observações de pré-aniversário

A hipérbole da vida finalmente parece dar indícios de descida no gráfico. É o metabolismo que desacelera,insônia, medo. Medo do passado, do futuro. Medo de gente. Vinte e poucos (não tão poucos) anos bem vividos de topadas traiçoeiras e algumas surpresas boas no caminho. Mas o medo de gente é irreversível. Coisa nova que se aprende, coisa velha que se esquece, tudo coisa que se inventa pra viver bem ou mal. Pessoas podem ser como coisas, e isso você só percebe depois que é feito de coisa também. Coisas que tentam de fazer cair, desacreditar, mas coisas te ensinam a crescer na porrada.
Nesses vinte e um bocado, muito do que vivi eu mesma inventei, graças a essa esquizofrenia esperançosa, patologia caracterizada pela capacidade infantil de acreditar . Decepção, lógico.

Que os dias vividos me permitam a clareza do que é ou não permanente, do que é de valor. Que eu não me sabote, que eu não me engane, e que eu, sobretudo, aprenda a enxergar. E que essa clarividência que a maturidade possibilita permita-me finalmente aprender a fazer distinção entre coisas e pessoas.
(...)

Um comentário:

Anônimo disse...

Medo de gente... é verdade. Precisamos de "n" aparentes problemas pra buscarmos a tal esperança tão fundamentada na infância. Devemos mostrar a tal maturidade quando o tempo passa. Mas ele só passa. A idade não diz nada. Necessitamos enxergar as pessoas como elas são e essa é a pior parte. Quando o tal tempo passa e nos obriga a sermos "adultos", o que remete à maturidade, que na verdade não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas enfim, esquecemos as coisas mais simples da vida. Vida? Bem, essa palavra para mim não deriva o verbo viver. Podemos ter vida e não viver, no seu conceito mais abstrato. Mas continuando, esquecemos o valor das coisas e das pessoas e o que elas podem oferecer. Mas pra quê enxergá-las? Pra quê? "Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito.". E é assim que eu faço. Acredito em um mundo do meu jeito. Resgato toda minha energia infantil, mas não devo ser infantil, passional, otimista, e etc. Enxergamos as pessoas cruéis, alienadas, levianas, egoístas, orgulhosas... enfim, ainda tem os imbecis que acreditam que temos que ser orgulhosos e ambiciosos. Pra quê? Orgulho significa amor-próprio, bom, prefiro não senti-lo. Ambição significa que a pessoa tem metas na sua vida e custe o que custar tem que conquista-las, bem, prefiro não fazer planos. A ambição é o gelo no lago da emoção.
Bem, ranzinza, nada aqui foi escrito pra te desestimular. Mas não espere a maturidade. Ela não serve pra nada. A não ser enxergar tudo de podre que existe neste mundo dos céticos. Porque embora haja aqueles que dizem ter fé, só tem fé para eles próprios.
As decepções, os medos, as topadas, etc, só tendem a aumentar. E o pior, não passam despercebidos.
Eu só posso desejar a você, conhecimento. Aprenda. Aprenda com tudo que passares e esqueça os conceitos. Eles mudam com o tempo.
Um beijo.
Amo-te